sexta-feira, 16 de maio de 2008

A Função do Infinito

Eu não sei escrever, por isso questiono os meus textos anteriores e sinto a necessidade de reforçar algumas definições para tornar compreensível o prosseguimento deste estudo sobre o nada, que é ao mesmo tempo e consequentemente uma investigação de tudo.
Para comprender esta explanação de forma eficaz, embora já seja ela sucinta, você precisa ter interesse pelo desconhecido, porque não é fácil se manter atento ao que parece indefrontável.
Arrisco adaptar uma dica que sempre me foi importante na interpretação de mensagens novas: Não crie expectativas sobre o texto, deixe a sua mente livre para apreender o seu conteúdo original, na forma como o autor idealizou que você assimilasse, pois os preconceitos que nós formamos inconscientemente acerca do escrito modificam o nosso entendimento sobre ele.
Passo a explicar, então, o que significa o nada absoluto, a base para se compreender a função do infinito.
O primeiro problema do nada está na sua definição, pois somos acostumados a perguntar "o que é isso?" ou "o que é aquilo?", sempre usando o verbo "ser". Mas a maior particularidade do nada consiste exatamente em não ser coisa alguma, então interrogar sobre "o que o nada é" já desmonta o seu conceito original, porque simplesmente o nada não é. Assim já se resolve o problema da coisificação do nada. O nada não é coisa nenhuma, portanto que nunca se pergunte "o que é o nada?".
Nada significa não-existência ou ausência de algo que poderia existir. Absoluto significa total, completo, de amplitude ilimitada e perfeita. Nada absoluto significa não-existência, de coisa nenhuma, em lugar nenhum, em tempo nenhum.
Devo insistir: Não sobra espaço vazio, não resta o lugar onde as coisas estavam. Lugar também é coisa, e nenhuma coisa existiria mais, caso pudesse acontecer o nada absoluto.
Mas as coisas existem e não desaparecem. Acontece o nada em toda parte, sobre todo lugar paira ausência. No entanto, mesmo que houvessem fenômenos físicos que desintegrassem toda a matéria, o espaço-base do universo permaneceria. Se ainda perseverássemos, se anularia o espaço-base do universo, porém o lugar do extinto espaço-base continuaria existindo e assim de forma sucessiva. De modo que podemos afirmar o seguinte: o universo se sustenta através da impossibilidade de o nada absoluto ocorrer.
A impossibilidade do nada absoluto faz com que a existência se "reponha" constante e permanentemente. Conhecendo isto, podemos dizer de modo simplificado que o tempo é a "reposição" constante de existência.
Inclusive, não se pode admitir que a existência tenha um limite, pois seria contraditório. Como já supunham os filósofos: "Se alcançássemos o limite da existência e atirássemos uma pedra na sua direção, onde cairia a pedra?". Além desse "limite" não pode acontecer o nada absoluto, a "pedra" continua o seu percurso na direção em que foi atirada, sempre. Ou haveria uma parede-limite onde a pedra bateria e voltaria para aquém? E depois da parede-limite, o que há? Eis a necessidade de existir um depois, eternamente.
O que tem a função de sustentar a continuidade do depois e estabilizar a existência é o infinito.

Um comentário:

Roterdan Lopes disse...

Ok, eu li o texto sobre o nada e entendo o que é o tudo, porém o nada é realmente complicado. Após ler seu texto pude ver que o nada inexiste existindo. Entendeu? Não? Nem eu. Viajei legal agora no foi? Não precisa agradecer. Eu viajo sem cobrar nada a mais por isso.