quarta-feira, 25 de junho de 2008

A Solidão do Blogue

Tento assim bem curto
Se escrevo longamente
ninguém lê

domingo, 15 de junho de 2008

O Amor Urgente

Ainda não neste, mas num dos próximos textos vou fazer uma explanação metafísica pertinente sobre a questão do amor. Vou tentar explicar a origem do amor e qual a função dele, com base nos conceitos relativos ao nada, ou seja, de acordo com as idéias fundamentais sobre a origem da existência. Filosofia pura, por isso procure no Arquivo o texto A Função do Infinito e leia, é importante para compreender bem o texto que virá.
Mas por que num texto futuro e não agora? Porque é bem mais urgente a prática do amor, do que a teorização dele. É bem mais importante eu lhe dar um abraço caloroso do que lhe explicar as minhas teorias existencialistas.

Eu passeio entre os milhares de livros da biblioteca e calculo, sei que durante toda a minha vida eu não chegaria a ler nem mesmo 1% de todos eles. Eu sempre quis saber como tudo começou e pra que tudo isso! Mas não tenho dúvidas de que amar é o essencial. É verdade que eu tenho uma idéia interessante sobre a relação entre o amor e a origem do Universo, mas eu tenho antes de mais nada um prazo que limita a minha existência física, eu vou morrer um dia, no mais tardar aos 60 ou 80 anos, por isso amar é urgente. Todo conhecimento vai se desfazer e perder o sentido um dia, os livros vão virar pó e, mesmo digitalizados, eles vão passar. Porque, exceto o motorista e o cobrador, tudo é passageiro nessa vida! Tudo passa, até a uva passa... (Mal posso acreditar que fui capaz de dizer tamanha asneira... kkkkkkk.)
O amor não é como o conhecimento, o amor nunca acaba, no texto posterior eu vou tentar explicar por quê. Faça todo o bem que você puder, rejeite as suas inclinações para o mal e tenha atitudes de quem ama. O amor não busca os próprios interesses, o amor sofre em função do outro, é paciente e bondoso, suporta todas as coisas por alguém, o amor não é ciumento, nem arrogante, nem orgulhoso, nem tampouco rude. O amor não se porta com indecência! Se você amar uma pessoa, vai ser leal com ela, custe o que custar. Você sempre vai acreditar em quem você ama, esperando dele o melhor. Quando você ama alguém, sempre se mantém em defesa dele.

Muito a dizer. Cachoeiras de sentimentos fluem dentro de mim como correntezas de fogo em vez de água. Eu queimo. Ardo em chamas, que também são de amor, amor por Deus, pela minha família, pelos que eu admiro, pelos meus amigos, pelos que sofrem, pelos que nem conheço!

Beije e abrace os seus parentes, mas também os que são somente conhecidos. Se tiver inibições, vença-as, seja forte. É preciso amar e ser solidário com todos. Faça alguma coisa imediatamente, comece primeiro a fazer algo dentro de você, porque amar é uma disposição de espírito. Um simples ato de cortesia pode revelar um amor muito poderoso e transformar histórias.

Planeje e implemente um projeto de amor em sua comunidade, isto é fundamental e você nunca se perderá da essência do existir.

Deus é amor.

domingo, 8 de junho de 2008

O Medo Causado pela Inteligência do Outro








Nelson Rodrigues

Artigo de José Roberto Gueiros publicado no extinto Jornal da Bahia, em 23 de setembro de 1979:
"Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal:

'Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta.'

E ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pode dar ao pupilo que se inicia numa carreira difícil. A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Isso na Inglaterra. Imaginem aqui no Brasil...

Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa:

'Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma Ciência.'

Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder.
Mas é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar.

Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos. Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do 'Elogio da Loucura', de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social.

Assim como um grupo de senhoras burguesas, bem casadas, boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar. Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.

É um paradoxo angustiante. Infelizmente temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida.

Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues:

'Finge-te de idiota e terás o céu e a terra.'

O problema é que os inteligentes brilham sem perceber, sendo assim, que Deus os proteja!"

terça-feira, 3 de junho de 2008

A Ira do Homossexual Dissimulado

"O indivíduo saudável toma consciência de suas emoções, sejam ou não expressas. Sentimentos negados à consciência distorcem a percepção de e a reação às experiências que o desencadearam.
Um caso específico é sentir ansiedade sem tomar conhecimento da causa. A ansiedade aparece quando uma experiência que ocorreu, se admitida na consciência, poderia ameaçar a auto-imagem. A reação inconsciente a estas subcepções alerta o organismo para possíveis perigos e acarreta mudanças psicofisiológicas. Estas reações defensivas são uma forma do organismo manter crenças e comportamentos incongruentes. Uma pessoa pode agir com base nestas subcepções sem tomar consciência do porquê está agindo assim. Por exemplo, um homem pode sentir-se desconfortável ao ver homossexuais declarados. A informação que tem de si mesmo incluiria o desconforto, mas não mencionaria sua causa. Ele não poderia admitir seu próprio interesse, sua identidade sexual não resolvida, ou talvez as expectativas e medos que tem a respeito de sua própria sexualidade. Distorcendo suas percepções ele pode, em compensação, reagir com hostilidade aberta a homossexuais, tratando-os como uma eterna ameaça ao invés de admitir seu conflito interno."
(Somente o título meu. Todo o texto transcrito do livro Teorias da Personalidade, de James Fadiman e Robert Frager, em seu capítulo sobre Carl Rogers, explicando o pensamento deste, num tópico sobre as emoções, na página 234.)