segunda-feira, 10 de março de 2008

O Nada Absoluto

O acontecimento do nada é co-habitante de toda a existência, tudo é lugar para nada. Ou seja, qualquer coisa que existe pode ter consigo uma determinada existência e, esta existência, quando ausente, causa o nada.

Falar de nada como ausência é relativamente simples, complexo mesmo é o conceito de nada absoluto. É fácil pensar que algo poderia existir num tal espaço mas, por não existir, nada é. Difícil é imaginar a ausência absoluta de existência.

Se todas as coisas desaparecessem e somente o espaço restasse, ainda não aconteceria o nada absoluto, já que o espaço constitui existência. Seria necessário também o espaço desaparecer e não existir mais coisa alguma em lugar algum, aí sim: Nada absoluto.

terça-feira, 4 de março de 2008

O Nada Impossível

O nada está em todo lugar.

Bem, retifico, é claro que o nada não está em todo lugar, pois o nada é inexistência e, algo inexistente, não pode estar em lugar algum, simplesmente porque não existe.

Então eu refaço a frase, mesmo que soe estranho: O nada não está em todo lugar. Ou seja, o nada, na verdade, "acontece" o tempo inteiro em todos os lugares.

Olhe para a palma da sua mão, vazia. Existe uma caneta sobre ela? De modo nenhum. Essa caneta, que eu criei na imaginação, não existe sobre a sua palma, ela é ausente.

Nada também é ausência.

A referida caneta, que poderia estar na sua mão, não está porque essa caneta não existe. Assim, podemos dizer que o nada "acontece" sobre a sua mão, que o nada "está" ali, em forma de ausência. Este é o nada possível, o nada que "acontece", sim.

Mas nem sempre o nada é possível. No caso da sua própria mão, o nada "estava" ali porque havia a sua mão, que foi o lugar onde a inexistência pôde "ocorrer".

E quando não existe um lugar pra que o nada "aconteça"? Neste caso, o nada se torna impossível! Pois não há espaço pra que a ausência se realize. A caneta que não estava na sua mão, "era" nada, mas dependia da sua mão pra "ser" nada. Obviamente, é preciso que haja um lugar pra que, nele, ocorra uma ausência. Foi necessário o suporte da palma da sua mão pra que, nela, a possível presença da caneta se fizesse ausência perfeita.

Ou, como pode algo estar ausente de lugar nenhum?