terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Fracasso Linguístico

Fico pensando sobre a quantidade de postagens que apaguei. O que devo fazer? Deixar este blogue vagando pela Rede inutilmente? Não. Vou escrever. Assumo a minha mediocridade e escrevo este texto sem parar... sem pensar no que vou escrever, sem me preocupar mais com a repetição das palavras, com a pontuação correta, com a redação apropriada, com a estética do texto, nem mesmo com o que tenho a dizer.

Talvez este texto não passe de uma metalinguagem infrutífera, mas a mim hoje importa me expressar, simplesmente. Nada de dizer o que é de interesse público, nem me venha com essa de tratar de assuntos bem definidos. Quero escrever, escrever, escrever... Por necessidade, apenas. A forma do texto pouco importa. Nada será cortado, eu não estou a fim de dizer coisa alguma! Por isto a qualidade do texto pouco importa. Eu quero gritar, e é um grito tão alto, que se torna humanamente impossível, e difícil de compreender.

Por que eu existo? Por que existem todas essas coisas ao meu redor? Que interação é esta que acontece entre a realidade das coisas e o meu mundo interior? Quem sou eu? Não tenho respostas, talvez as tivesse, se quisesse parar para pensar, mas hoje quero escrever bobagens incessantemente, numa provocação confessa.

O grito? Sobre o desejo de gritar eu posso dizer que é o resultado de uma profunda frustração linguística. Queremos entender e dizer coisas, mas as palavras nos limitam e nos vemos desesperados, incomunicáveis. Quantas vezes tomei papel e caneta, pronto para escrever! Nada foi registrado no fim-das-contas. Eu olhava para a folha de papel e vinham pensamentos que não cabiam nas palavras, eu jogava a caneta pro lado, em cárcere. Que pensamentos eram esses?

Pensamentos dos quais me esqueço completamente quando não estou em tal transe. Talvez um dia eu decida escrever aqui sobre esses pensamentos... Neste espaço eu ouso ensaiar gritos, na tentativa de fazê-los audíveis, exprimir o que há de verdade dentro de mim, o que existe de legítimo no meu interior; e, as limitações da linguagem e da comunicação, pouco vão impedir.

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